A tendência por conveniência é uma das grandes tendências da indústria agroalimentar na atualidade e resulta da busca dos consumidores por soluções que maximizem seu tempo e renda. A conveniência está associada à minimização de esforços físicos e mentais inerentes a todas as fases do processo do provisionamento de alimentos, incluindo planejamento, compras, preparo, consumo e limpeza da cozinha. Visando embasar estudos futuros acerca das motivações do consumo de alimentos convenientes, este trabalho buscou identificar as principais variáveis sociodemográficas e psicográficas que influem sobre o consumo desses alimentos por meio de uma revisão sistemática da literatura sobre o tema. A revisão se resumiu às bases Scopus, Science Direct e Web of Science, selecionadas por confiabilidade de resultados, e foi conduzida no software StArt. As 19 variáveis selecionadas por recorrência nos 28 artigos analisados foram divididas em quatro grupos: os recursos objetivos (renda, tamanho do domicílio, presença de crianças no domicílio, posse de utensílios domésticos e jornada de trabalho dos responsáveis pelo provisionamento alimentar do domicílio), as percepções de preços e tempo, a orientação individual para conveniência (no planejamento das refeições, na compra de alimentos, no preparo de alimentos, no consumo de alimentos e na limpeza da cozinha) e os fatores pessoais (preocupação com alimentação saudável e natural, habilidades culinárias, envolvimento e prazer na cozinha, individualismo, eliminação de lixo e sobras e neofobia alimentar). Compreender a forma de mensurar a tendência de conveniência, pelo estudo do comportamento dos consumidores, permite que fabricantes de alimentos sejam capazes de melhor aproveitar as oportunidades emergentes e posicionar seus produtos com sucesso no mercado.